1.A Cidade e suas Possibilidades Educativas
O texto nos fala do caminho que percorremos durante o desenvolvimento do Estagio I e II, sempre frisando o cuidado que devemos ter antes de desenvolver qualquer ação pedagógica: o planejar, re-planejar e avaliar.
No Estágio III o texto nos fala da experiência do estágio além dos muros da escola, tomando como referencia a cidade para a elaboração de projetos de ação educativa, onde poderemos analisar com mais profundidade a vida cotidiana e a relação entre cidade, cultura e cidadania.
1.1 A cidade educativa : seus lugares , seus habitantes , seus ofícios , sua cultura
“... O meu olhar é nítido... E o que vejo a cada momento é aquilo que nunca antes eu tinha visto...” (Alberto Caieiro)
O desafio é olhar para a cidade de uma maneira diferente e ver aquilo que nunca prestamos atenção, no contexto cotidiano. Pensar a cidade enquanto um organismo vivo, dinâmico, que trás uma história construída ao longo dos tempos pelos seus habitantes, cada um com suas relações, suas profissões, seus ofícios, sua cultura; a cidade formada, por seus lugares; físicos, afetivos, simbólicos. A cidade que é feita pelas mãos daqueles que as constroem.
A compreensão da cidade como produção, fundada em racionalidade e contra-racionalidades. Essas contraposições reforçam as noções de valores culturais/sociais, as práticas solidárias e cidadania coletiva.
A efetivação da cidade como educadora se constitui na resistência à tendência de práticas individualistas na cidade.
Exercendo um novo olhar para a cidade em busca de visualidades, territorialidades, espacialidade em uma perspectiva multicultural crítica, pode-se perceber que toda cidade forma, todas elas educam, pois todas são resultados de um processo cultural, histórico e social.
A cultura diz respeito a todos os fazeres, saberes e viveres pelos quais as pessoas se constituem em seus lugares, nas suas cidades, nas suas terras. As diferentes maneiras como as pessoas trabalham, produzem, pensam as mais diferentes profissões/ações que compõem a vida da sua cidade – a sua dinâmica, as particularidades de cada bairro. Como afirma Cavalcanti “... a cidade como um lugar que abriga, produz e reproduz culturas.”
1.2 Imagens : (des )construções - Proposta para um passeio etnográfico
Ver e sentir a cidade constitui-se ainda uma experiência corporal. O corpo também é objeto de discurso. Ele é tanto entidade formuladora de imagens quanto elemento constitutivo da imagem, pois é parte integrante da paisagem urbana. É objeto e sujeito de discursos. (ARRAIS, 2001, p. 179)
Tornar o familiar estranho!
A arte que existe em nossa vida cotidiana é invisível e é de competência do concernente a estágio que esse estranho torne-se familiar, pois esse perturbamento do familiar, como diz BASTOS - descreve esse processo de tornar visível a arte e a cultura locais (...).
Para se compreender o processo de perturbamento do familiar:
a) membros da comunidade adquirem um maior discernimento sobre a própria cultura.
b) descreve interpretações feitas por pessoas da comunidade, e consiste um passo essencial para compreender a identidade cultural que possuímos.
c) convida a um envolvimento histórico e político e uma reflexão sobre as possibilidades de mudança.
d) possibilita identificar formas de autoria em diferentes grupos culturais e os sistemas de valores que as sustentam.
e) busca enriquecer o discurso atual em arte/educação pela articulação das questões de gênero, classe social e etnia que afetam as comunidades.
1.2.1 Orientações e ferramentas para levar nesse passeio
São ferramentais principais que devem ser levada para o passeio: a curiosidade e o olhar indagador, disposto a descobrir coisas mesmo nos lugares que julga que já conhece!
Mas, rever não é ver a mesma coisa duas vezes, é lançar um novo olhar sobre uma mesmo coisa ou situação. O olhar que não se renova envelhece.
A cidade, ao longo da história, tornou-se um lugar privilegiado para a proliferação de discursos e construção de imagens... É através do contato com os outros e com o mundo, através dos discursos, das representações, desejos e receios, que a imagem é construída. (ARRAIS, 2001, p. 178)
A Proposta é olhar a cidade com um olhar mais apurado, critico e sensível para o contexto e o meio ambiente buscando descobrir em cada um, a cidade que habita e que foi construindo ao longo do tempo.
Deixar para traz um olhar indiferente rumo a um olhar reflexivo, olhar que pergunta/ / indaga, para acentuar as instâncias educadoras da vida na cidade, seus moradores, seus saberes, seus ofícios... Pensando a cidade enquanto uma confluência de práticas culturais, formando essa grande paisagem.
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