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Meu blog, “Paixão de Artista”, tem como função principal registrar as atividades desenvolvidas no Curso de Artes Visuais - Pólo São Simão, em todas as disciplinas do 6º semestre do Curso.
Espero poder ir de encontro com os objetivos das disciplinas, através do desenvolvimento das atividades propostas, onde acredito que irão enriquecer e muito meu conhecimento e me preparar para um futuro brilhante.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Video "Cerrado"

O Vídeo que escolhi foi o da Acadêmica Alice do Pólo de Aparecida de Goiânia, intitulado CERRADO, onde ela fala das queimadas.

Descrição do vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=4qYX0YfsKBA&feature=player_embedded

Senti me atraída pelo vídeo devido o tema e a realidade em que vivemos hoje.

No vídeo a nossa colega Alice relata a inocente queimada para sobrevivência de sua família, sabemos que também é ilegal, mas um pouco a frente ela fala da maldade do homem quando cita a destruição do Ipê Amarelo que chegou até fotografar, por sua beleza, e foi destruído para dar lugar a uma construção que hoje já não existe. Muitos poetas escreveram sobre o mal que as queimadas causam, escolhi dois poemas, um do grande poeta Castro Alves e o outro do Mestre Egidio, muito bonitos e reais. Os poemas são muito envolventes, despertam nossa imaginação e nos levam a fazer parte do momento do acontecimento: a queimada.

POESIA DA NOITE - QUEIMADAS

CASTRO ALVES

MEU NOBRE perdigueiro! Vem comigo.
Vamos a sós, meu corajoso amigo,
Pelos ermos vagar!
Vamos lá dos gerais, que o vento açoita,
Dos verdes capinais n'agreste moita
A perdiz levantar!...

Mas não!... Pousa a cabeça em meus joelhos...
Aqui, meu cão!... Já de listrões vermelhos
O céu se iluminou.
Eis súbito da barra do ocidente,
Doudo, rubro, veloz, incandescente,
O incêndio que acordou!

A floresta rugindo as comas curva...
As asas foscas o gavião recurva,
Espantado a gritar.
O estampido estupendo das queimadas
Se enrola de quebradas em quebradas,
Galopando no ar.

E a chama lavra qual jibóia informe,
Que, no espaço vibrando a cauda enorme,
Ferra os dentes no chão...
Nas rubras roscas estortega as matas...,
Que espadanam o sangue das cascatas
Do roto coração!...

O incêndio — leão ruivo, ensangüentado,
A juba, a crina atira desgrenhado
Aos pampeiros dos céus!...
Travou-se o pugilato... e o cedro tomba...
Queimado..., retorcendo na hecatombe
Os braços para Deus.

A queimada! A queimada é uma fornalha!
A irara — pula; o cascavel — chocalha...
Raiva, espuma o tapir!
...E às vezes sobre o cume de um rochedo
A corça e o tigre — náufragos do medo —
Vão trêmulos se unir!

Então se passa ali um drama augusto...
N'último ramo do pau-d'arco adusto
O jaguar se abrigou...
Mas rubro é o céu... Recresce o fogo em mares...
E após... tombam as selvas seculares...
E tudo se acabou!...

http://ironia-fina.blogspot.com/2009/04/poesia-da-noite-queimadas-castro-alves.html

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TRISTEZA:  AS QUEIMADAS
Mestre Egidio

1
Oh que crime cruel comete o homem,
ao tesouro vital que lhe foi dado,
fonte de vida, que bem conservado
livrá-lo-ia dos males que o consomem,
são florestas inteiras que se somem,
a moto serras e fogo consumidas,
cinzas provinda de milhões de vidas,
cruelmente da terra erradicadas.

2
Ao olharmos a terra devastada,
que tamanha explosão ali houvera?
que mesmo sem deixar qualquer cratera ,
só deixara de resto a fumarada ?
que dor ver a floresta assim tombada ,
para onde irão os seres que a habitam ?
como serão pessoas que só fitam ,
lucro material , sem ver mais nada ?....

3
Não podem ser a feras comparadas,
estas não por prazer destroem a vida,
mas somente na luta por comida,
em parâmetros da LEI por DEUS criada.
O homem, no entanto não vê nada,
quando por ímpia ambição movido
não vê que detendo a ação terá detido
o baraço, á prole condenada.
4
E na floresta já desvirginada,
as moto serras com avidez movidas,
fazem por léguas, assim serem ouvidas,
como hinos da morte decretada
a mata , que espera ali calada ,
suas vozes que zumbem, roncam, guincham,
penetrando nos caules, que destrinçam,
e transformando tanta vida em nada .
5
As árvores que ali são derrubadas,
provocam sons tão tétricos e medonhos,
que nem talvez , no mais terrível sonho ,
pudessem ser tais vozes escutadas .
Contrastam com as outras tão caladas,
que acostumadas ao ciciar do vento
escutam agora o último lamento,
das irmãs que vão sendo executadas .
6
Calam se as aves , já mais nada brada ,
os pássaros já nas copas não voejam,
e nesta vasta área não adejam,
os ali faziam sua morada.
O som da morte paira , e ali mais nada,
além da própria morte já habita,
e o homem que executa esta desdita
tripudia da vida derrotada .
7
Já após ser a área devastada,
deixam-na crestar ao sol que ali parece
raios de puro fogo e desverdece
por três meses a mata ali prostrada.
Ansiando o fim da empreitada,
finalmente após fazerem aceiros,
vem o homem cruel , “o açougueiro”,
chegam um fósforo à macega , e o fogo brada .
8
Do corpo da macega ele se espalha,
penetrando na mata ali caída,
por três meses de sol tão ressequida,
que terrível se alastra como em palha
Transforma-se em labaredas e amortalha
todo animal que para ali volvera,
e com o tremendo caos os envolvera
transformando-os em cinzas de fornalha .
9
Os troncos a queimar ,zunem, assobiam,
como o desesperado grito de uma prece,
como se a seiva que em si houvesse,
fosse resto de vida que teriam
e que o som que então, ali enviam,
fosse alerta aos homens que perpetram
crime hediondo, e que assim encetam,
viagem ao próprio fim que enunciam.
10
Sobem as labaredas, e ao céu clareiam
num imenso rubor que ao longe ver-se.
como se o próprio céu fosse acender-se
na maldade dos homens que as ateiam,
e a oblação na pira que incendeiam
fosse por DEUS ali indeferida
pagando os homens com a própria vida,
o preço vil do mal que ali semeiam.
11
Estalam os galhos secos, e as folhagens,
tostadas pelo sol são consumidas
com rapidez de pólvora, e reduzidas
a fino pó levado nas aragens.
nos aceiros da roça, ali na margem,
a aba da floresta é atingida
e árvores gigantescas, ainda em vida,
são pelo fogo, em pé, ali crestadas.
12
As labaredas rodopiam aos ventos
por centenas de metros assim subindo,
e velozes , avançando , vão-se indo
a cobrir toda área em momentos;
conseguem-se imaginar todos os tormentos,
que o escrito mais maniqueísta
e Dantesco que haja, não registra,
e ouvir-se toda classe de lamentos.
13
Choram ali os vergéis que se consomem,
chora o vento que ao fogo ativa e alastra,
chora o clarão da chama que alabrastra
e a noite; e a escuridão que ante ele somem,
chora as chamas que aos troncos lambem e comem,
de desespero o próprio fogo chora,
na tremenda aflição daquela hora,
lá todos choram, só não chora o homem.
14
Ah; que torpeza, quanta ignorância,
deste ser racional que se intitula
o mais sábio dos seres, e se rotula
de ser superior; quanta arrogância.
talvez até que na primeira infância,
assim o fosse, mais ali deixara,
toda bondade que de DEUS ganhara
agindo agora em pura discrepância.

15
OS HOMENS seres maus e abjetos ,
que só poluem , corrompem e desvirtuam,
e em toda área da terra onde atuam
sacrificam a paisagem aos seus projetos,
e embora existam ainda uns poucos retos,
poluem os rios, os mares e o próprio Espaço,
e a terra que os abriga em seu regaço
Um dia OS AFOGARÁ em seus DEJETOS.

Francisco Egidio Aires Campos

2 comentários:

  1. Cida,
    seu blog tá maraaaaaaaaaaaaa.... Amei!!!
    Quero um sofisticado assim também!!! Providencia pra mim???? rsssss.
    Gostei de tudo, desde o design até as postagens, mas ressalto o texto do Dr. Augusto Cury, um autor que vale a pena conhecer.
    Bjos amiga.

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  2. Obrigada amiga, se quiser depois organizamos um...rsrsrr
    bjim

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